06/08/2015

Sobre a Veja e o regozijo de alguns.

Veja e seu anti-jornalismo panfletário
Talvez quem de fato vivencie essa situação nunca pense sobre, mas eu já me pus a imaginar estar na situação de um daqueles milionários que vive com uma mulher que caso não tivesse tanto dinheiro possivelmente sequer olharia para a sua cara. Qual é a graça de ter uma companhia cujo seu maior objeto de desejo não é você, mas um ente estranho, o dinheiro?

A relação com o dinheiro costuma destruir muito do que de humano nós temos. O título que o River Plate celebra hoje, de um clube quebrado há alguns anos e ganhando de um time mais rico, por exemplo, é de uma alegria que um torcedor do Bayern jamais vivenciará ganhando torneios sendo muito mais rico que seus rivais. Porque a relação do primeiro é com a imprevisibilidade. Do outro, a lógica. E a lógica é fria.

E qual deveria ser minha reação com a Veja a ser desmascarada uma vez mais? A Veja é apenas um braço político da Abril que tomou esses rumos terríveis nos últimos 10 anos em face às dificuldades financeiras da editora. Como asseverou Igor Natusch, não é uma publicação condicionada à qualquer ética jornalística. Ela serve a determinadas agendas. E agendas que interessam seus donos. E faz de tudo para atingir tais objetivos, que hoje é ressoar o antipetismo, o fascismo. Mas poderia ser muito bem o petismo se seus donos achassem lucrativo.

Comemorar o quê? São oportunistas. Apenas isso. E jogam em um mercado. O mercado da notícia. Sairá a Abril e continuarão Folha, Estadão, Globo... Fico imensamente mais feliz quando vejo um direitoso de internet quebrar a cara. Porque por mais insignificante e pequeno que seja -- e não por ser direitoso, mas porque enquanto indivíduos todos nós somos parvos --, ali há de fato crenças verdadeiras, em pessoas que, gostemos ou não, acreditam naquilo que vociferam. Na Abril e em outras empresas, não. É só questão de conivência financeira.

Não há qualquer sentimento verdadeiro -- e é por isso que para eles publicar mentiras é algo tão fácil.

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