Em geral as manifestações contra o governo Dilma e o Partido dos
Trabalhadores têm propiciado imagens lamentáveis, de extrema-direita, e
isso em muito tem sido usado para desqualificar tais atos por parte de
pessoas simpáticas ao governo e o seu partido. Em parte é verdade que há
sim pessoas em tais manifestações que se aproximam -- e muito -- de
coisas absurdas como Jair Bolsonaro e discursos proferidos por figuras deploráveis. Na seguinte pesquisa realizada pela USP e pela Unifesp, coordenada por Pablo Ortellado e Esther Solano, Jair
Bolsonaro foi citado por quase
10% das pessoas como exemplo de político honesto. Mas na mesma pesquisa
Eduardo Suplicy e Luiza Erundina, políticos importantes de esquerda e com trajetória no PT, foram citados por algumas pessoas, o que demonstra que há um público que
muito possivelmente já votou na esquerda e que tem alguma consideração
por seus nomes. Algo bem típico da classe média, que como disse Golbery
Lessa no texto anterior, costuma flutuar entre esquerda, centro e
direita. O que fica bem evidente quando a esmagadora maioria é favorável aos serviços públicos como saúde e educação e de forma gratuita (o que destoa muito do defendido por grupos que convocam os atos como o Movimento Brasil Livre, que preconiza redução drástica do tamanho do Estado).
O público é de classe média, eleitor do PSDB e demonstra certo conservadorismo nos valores, mas passa longe de ser homogêneo. E pautas da esquerda social-liberal chegam a ter grande apoio, como no caso dos manifestantes -- em maioria -- que dizem ser contra o financiamento empresarial de campanha.
Vale a pena conferir (clique nos gráficos para ver melhor):
Pesquisa completa em: https://gpopai.usp.br/pesquisa/
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