09/12/2014

Premiação dos melhores jogadores é patética

  (Ódio ao futebol moderno) Há muita gente preocupada com a premiação da FIFA/France Football que decidirá quem será o melhor jogador do ano. Muitos defendem com bons argumentos tanto Manuel Neuer quando Cristiano Ronaldo como seus merecedores. De fato: ambos jogadores fizeram temporada estupenda. Mas ambos tem uma coisa por trás que sem a qual seria impossível vê-los tão bem: a equipe.
Além do mais, historicamente esses prêmios erram feio quando não há unanimidade. Em 2012 ninguém mais merecia vencer o Bola de Ouro que o Cristiano Ronaldo. Mas quem se saiu vitorioso foi Messi, por seu prestígio futebolístico consolidado atrelado ao poderoso marketing do Barcelona. Ano passado Ronaldo venceu. Okay. Mas o Ribéry ficou atrás do Messi, um disparate. Na Copa deram o prêmio de melhor jogador ao Messi, um absurdo.

  Só que isso não é de agora, saibam: o melhor jogador da Copa de 90 foi o... Schillati. Um jogador comum que caiu bem dentro de uma equipe forte, a seleção italiana de 1990. Em um ato de pura politicagem, ganhou o prêmio. O craque Lothar Matthäus foi disparado o melhor jogador do torneio. E não venceu.

  Em 94 deu Romário porque era impossível vencer outro. Baggio que fez uma ótima Copa chegou à final arrebentado e ainda perdeu o pênalti do título. Em 98 Ronaldo Nazário ganhou o prêmio de melhor da Copa. Outro grande erro: nem mesmo naquele time brasileiro foi o grande nome. Rivaldo havia feito uma copa melhor, mas o poder da Nike falou mais alto.

 Em 2002 deu Oliver Kahn. Outro erro, mas menor que o cometido quatro anos antes. Em 2006 Zidane, que fez uma primeira fase discretíssima. Canavarro foi muito mais efetivo. Erro que foi desfeito no prêmio do final do ano. Em 2010 cometeu-se dupla heresia: Forlán foi eleito o melhor do mundial e Messi o do ano. Coitado do Iniesta.

 Agora corremos o risco de na consagração maior do futebol alemão não termos nenhum dos seus desportistas premiados. Okay: na Copa, ficou claro que o coletivo pesou mais. Por mais que Neuer tenha sido brilhante, ele não foi tão importante como o Kahn em 2002, que junto com o Ballack levou praticamente sozinho a Mannschaft à final, naquela que pra mim foi a seleção alemã mais fraca de sempre em um mundial.

 Mas daí a ignorar o futebol alemão, vai uma distância. Além do mais, Ronaldo bate recordes em uma liga sabidamente muito desigual, onde a diferença do Madrid/Barcelona para rivais é incrivelmente grande. Para se ter uma idéia como o futebol espanhol é uma coisa desnivelada, na segunda divisão há times Bs das equipes grandes! Um disparate.

 O mais justo é que a premiação desse ano fosse para toda a seleção alemã. Isso. Não apenas um nome. Toda a equipe. Assim como deveria ter sido nas Copas de 2006 e 98, quando os campeões se destacaram mais pelo coletivo que pelo individual. Exceto em casos onde o individual destoa muito, como Maradona em 86, Romário em 94 e Ronaldo/Rivaldo 2002, não faz sentido pegar um jogador e premiá-lo por um trabalho puramente coletivo.


 Ah, mas o prêmio é individual... É. Então não valorizemos tanto esta joça, já que historicamente é uma grande piada.

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