14/05/2015

O louco mundo do futebol

 Como podem três atacantes valerem mais que toda a equipe adversária? E não. Eu não me refiro a Corinthians e Guaraní, cujo apenas os salários de dois reservas do primeiro seriam suficientes pra bancar todos os jogadores do time paraguaio. Eu me refiro a Barcelona e Juventus, finalistas da Liga dos Campeões da UEFA.

 E a Juventus, mensure-se, não é nenhum time pobre. É hoje de forma disparada o time mais rico do futebol italiano. E mesmo assim tem uma equipe que não vale três jogadores do time rival...

 Esse é o mundo louco do futebol. Onde gasta-se demais para chegar no mesmo lugar -- às vezes nem isso, caso do Corinthians, eliminado agora e que verá o time paraguaio seguir caminho na competição pela televisão.

O mundo à parte do futebol, assim como da política burguesa e dos grandes monopólios, preso numa bolha capitalista enquanto as pessoas vivem a sofrer as consequências de uma terrível crise, é insustentável. E um verdadeiro acinte com todos nós.

A primeira reforma a ser feita se se quiser resgatar o futebol brasileiro é equiparar os salários dos jogadores daqui aos que atuam nos outros países da América do Sul. É injustificável o Corinthians, São Paulo, Cruzeiro, Inter e Atlético terem folhas salariais que são o dobro, o triplo ou até quatro vezes maiores que de times da Argentina, Uruguai, Chile e México. E para ter desempenho parecido.

E uma vez todos endividados, recorrem ao governo pra pegar verbas ou receber perdões com um dinheiro que deveria ser utilizado para coisas de fato importantes e que todos estamos carecas de saber a importância.

E para a Europa a mesma coisa: os governos da Catalunha e de Madrid têm coisas muito mais importantes do que facilitar gastos exorbitantes das suas equipes oficiais. E a UEFA precisa urgentemente rever essa disparidade econômica que faz da Uefa Champions League um oligopólio em que sempre os mesmos é que estão lá, matando pouco a pouco a maior graça do futebol, que é a imprevisibilidade.

E é por ela que torcerei pela Juventus na grande final dia 6 de Junho em Berlim. E como asseverou Mario Magalhães no tuíter "Tévez é o famélico diante do prato de comida. Ganso, o anoréxico. Tévez é sangue latino. Ganso, sangue de barata -que desperdício de talento''. E é pela Juve do Tévez, contra todos os prognósticos, é que apostarei.

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