19/04/2016

Jornais estrangeiros denunciam golpe. Saiba o que representa.

Espantou a alguns o fato de vários dos maiores conglomerados de mídia das principais economias do mundo terem denunciado com tanta ênfase o golpe branco que está a ser dado contra a presidente Dilma. No Brasil, como se sabe, o monopólio da informação é de algumas poucas famílias e quase todas elas -- exceto a família Frias, que deu uma de PSTU e pediu o "fora todos" -- embarcaram no impeachment. As Organizações Globo capitanearam o golpe por meio das exibições histéricas e fingidas de William Bonner, Ali Kamel, William Waack e Miriam Leitão na tevê aberta. Nos canais fechados noticiosos e outros meios, vários foram os calhordas que se prestaram a esse papel. Aqui nomeio os principais: Merval Pereira, Cristina Lôbo, Gerson Camarotti, Leilane Neubarth, Sardenberg et caterva.

Mas, sobre a mídia internacional, não sejamos ingênuos: ainda que estejam corretos em sua avaliação, os jornalões do exterior como El País, The New York Times, Le Figaro, The Guardian, Bild e outros só estão a criticar enfaticamente o processo que ocorre porque é uma ótima chance de detonar de vez a credibilidade no mercado que o país tinha -- e nada melhor que um golpe antidemocrático, né não?

Há uma estratégia internacional de frações burguesas nacionais (e as dos grupos de comunicação, pelo menos em parte, são dramaticamente nacionais, isto é, dependem dos seus mercados internos) a fim de enfraquecer os BRICs, pois são países que praticando juros altíssimos, taxa de imposto mínima para capital externo aliados a mão de obra barata, representam quase um paraíso fiscal para a burguesia transnacional, que há algum tempo têm fugido de mercados do capitalismo central em crise -- caso específico da Europa. E farinha pouca, diria o famoso adágio, meu pirão primeiro. E é óbvio que qualquer coisa que puder ser utilizada pra gerar desconfiança nos investidores será feita.

Já a burguesia nacional, burra e tacanha como só ela é capaz de ser, não percebeu essa possibilidade e os frutos começaram a ser colhidos: dólar em alta e bolsa de valores em queda. E conforme a mídia do exterior vá denunciando, e haverá mais e mais argumentos plausíveis para fazê-lo, pior vai ficar.

Domingo todos nós perdemos. Até aqueles que achavam que, ao final de tudo, sairiam ganhando.

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