19/04/2016

Crise capitalista se aprofunda e ameaça Alemanha

Para muitos a Alemanha representava um exemplo formidável diante do caos provocado mundo a fora pela terceira maior crise sistêmica do capitalismo iniciada em 2008. Apesar de conseguir apontar algum crescimento modesto nos últimos anos e as autoridades do Bundesbank reforçarem um discurso relativamente otimista, a crise parece estar mais e mais próxima dos tedescos. Até empresas com solidez como as montadoras passam por momento muito delicado: a BMW, por exemplo, teve uma grande perda na casa de 20% com suas ações. A Alemanha, cabe ressaltar, representa política e economicamente a maior liderança dentro da Zona do Euro e sinais de agudização da crise no país repercutirão não apenas no velho continente, mas em todo o mundo.

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(Bloomberg) -- No ano passado, as bolsas alemãs ainda figuravam entre as favoritas dos investidores na Europa. Agora, até mesmo os estrategistas, que começaram o ano com previsões otimistas, se tornaram pessimistas.

O índice de referência, o DAX, cairá 1,6% neste ano, segundo a média de treze projeções compiladas pela agência de notícias Bloomberg. A queda constituiria o primeiro declínio anual desde 2011 para o indicador, que subiu quase o dobro do que os outros da região desde que atingiu um valor mínimo nesse ano.

Os estrategistas diminuíram suas previsões para o final do ano em toda a região em meio ao crescente pessimismo em relação aos lucros. Antes preferidas porque as exportações as tornavam resilientes à economia em problemas da Europa, as empresas do DAX têm sido punidas pela desaceleração da demanda global e pelo fortalecimento do Euro.

Embora o índice tenha se recuperado mais rapidamente do valor mínimo atingido em fevereiro que o Stoxx 600, a preocupação com que uma piora da perspectiva para o crescimento freie um rali que devolveu mais de US$ 200 bilhões às ações alemãs em dois meses está crescendo.

"Mesmo não tendo parecido assim ultimamente, a situação continuará sendo bastante dura", disse Ralf Zimmermann, estrategista do Bankhaus Lampe em Düsseldorf, Alemanha. Ele espera um ganho anual de 0,5% no índice alemão.

"O DAX é impulsionado principalmente por acontecimentos globais e suas ações estão muito expostas ao ciclo global de negócios - as condições para um impulso ao crescimento não existem".

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