Para muitos a Alemanha representava um exemplo formidável diante do caos provocado mundo a fora pela terceira maior crise sistêmica do capitalismo iniciada em 2008. Apesar de conseguir apontar algum crescimento modesto nos últimos anos e as autoridades do Bundesbank reforçarem um discurso relativamente otimista, a crise parece estar mais e mais próxima dos tedescos. Até empresas com solidez como as montadoras passam por momento muito delicado: a BMW, por exemplo, teve uma grande perda na casa de 20% com suas ações. A Alemanha, cabe ressaltar, representa política e economicamente a maior liderança dentro da Zona do Euro e sinais de agudização da crise no país repercutirão não apenas no velho continente, mas em todo o mundo.
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(Bloomberg) -- No ano passado, as bolsas alemãs ainda figuravam
entre as favoritas dos investidores na Europa. Agora, até mesmo os
estrategistas, que começaram o ano com previsões otimistas, se tornaram
pessimistas.
O índice de referência, o DAX, cairá 1,6% neste
ano, segundo a média de treze projeções compiladas pela agência de
notícias Bloomberg. A queda constituiria o primeiro declínio anual desde
2011 para o indicador, que subiu quase o dobro do que os outros da
região desde que atingiu um valor mínimo nesse ano.
Os
estrategistas diminuíram suas previsões para o final do ano em toda a
região em meio ao crescente pessimismo em relação aos lucros. Antes
preferidas porque as exportações as tornavam resilientes à economia em
problemas da Europa, as empresas do DAX têm sido punidas pela
desaceleração da demanda global e pelo fortalecimento do Euro.
Embora o índice tenha se recuperado mais rapidamente do valor mínimo
atingido em fevereiro que o Stoxx 600, a preocupação com que uma piora
da perspectiva para o crescimento freie um rali que devolveu mais de US$
200 bilhões às ações alemãs em dois meses está crescendo.
"Mesmo não tendo parecido assim ultimamente, a situação continuará sendo
bastante dura", disse Ralf Zimmermann, estrategista do Bankhaus Lampe
em Düsseldorf, Alemanha. Ele espera um ganho anual de 0,5% no índice
alemão.
"O DAX é impulsionado principalmente por acontecimentos
globais e suas ações estão muito expostas ao ciclo global de negócios -
as condições para um impulso ao crescimento não existem".
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