02/06/2015

Blatter sai. O que fica?

Hoje o presidente da FIFA há 17 anos, Joseph Sepp Blatter, economista de formação, anunciou sua renúncia do cargo máximo da entidade que comanda o futebol internacional. É uma data histórica, que simboliza mudanças, embora as veja que na instituição elas passem mais pelas exigências de lisura por parte da comunidade futebolística e parte da imprensa do que pelos nomes de cartolas, sejam de onde forem, mesmo da UEFA, como Platini. O modus operandi no futebol e nas grandes corporações é infelizmente o mesmo.

Só que a FIFA terá de ser mais transparente daqui em diante. É muito pouco provável que as coisas continuem tal qual estão. E transparência é algo que o futebol, esse esporte de grande ligação com a classe trabalhadora e que tem sido aburguesado (com a gentrificação dos estádios e do direito de torcer), muito precisa.

A era da FIFA e das confederações de futebol como instituições acima do bem e do mal porque privadas acabou. E que bom. Mas sem ilusão: a corrupção é intrínseca a sociedades calcadas na propriedade privada. Enquanto houver capitalismo e seus resquícios, haverá gente dando golpes. Seja na FIFA, na CBF, na Petrobras, na companhia de trens de São Paulo ou de Nova York. Ou no sistema financeiro.


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