18/07/2016

Modismos na esquerda e a crítica a ser feita.

Por Felipe Henrique Gonçalves*



"Esquerdismo rosa", pós-moderno, tipicamente pequeno burguês
A história do pensamento da esquerda é marcada por “modas”, ciclos de forte influência de uma determinada maneira de interpretar a realidade e de perspectivar o futuro. Ainda que em alguns campos do conhecimento tais “modas” tenham contribuído para o entendimento de alguns fenômenos, a superação delas tem significado um balanço crítico do quão nocivo certas interpretações foram para um pensamento que se reivindica transformador. Afirmar isso em nada pode significar a defesa de uma ortodoxia dogmática, um certo purismo, mas atentar para o fato que de determinados ecletismos depuram a necessidade de construção de um conhecimento científico, crítico e transformador. Sem a pretensão de possuir um rigor temporal, aponto algumas “modas” que podemos identificar no século XX-XXI:

Anos 30/40: o marxismo vulgar produzido pelo stalinismo e difundido pelos intelectuais da III Internacional.

50/60: o estruturalismo francês, onde encontra a sua expressão marxista em Louis Althusser.

70/80: o liberalismo/democratismo de Hannah Arendt, Noberto Bobbio e Junger Habermas.

90 - ?: pós-modernos/pós-estruturalistas influenciados pela filosofia francesa pós-1968 de Foucault, Derrida e Deleuze. Estes estão presentes principalmente nos denominados movimentos identitários, das minorias políticas e naqueles que se pretendem construir uma nova esquerda, uma esquerda diferente.

A pergunta que não quer calar: quem dará a cara à tapa com o risco de sofrer um linchamento virtual para fazer a crítica necessária à “moda” pós-moderna?

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