Por Felipe Henrique Gonçalves*
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"Esquerdismo rosa", pós-moderno, tipicamente pequeno burguês |
A história do pensamento da esquerda é marcada por “modas”, ciclos de
forte influência de uma
determinada maneira de interpretar a realidade e
de perspectivar o
futuro. Ainda que em
alguns campos do conhecimento tais “modas” tenham contribuído para o
entendimento de alguns fenômenos, a superação delas tem significado um
balanço crítico do quão nocivo certas interpretações foram para um
pensamento que se reivindica transformador. Afirmar isso em nada pode
significar a defesa de uma ortodoxia dogmática, um certo purismo, mas atentar
para o fato que de determinados ecletismos depuram a necessidade de
construção de um conhecimento científico, crítico e transformador. Sem a
pretensão de possuir um rigor temporal, aponto algumas “modas” que
podemos identificar no século XX-XXI:
Anos 30/40: o marxismo vulgar produzido pelo stalinismo e difundido pelos intelectuais da III Internacional.
50/60: o estruturalismo francês, onde encontra a sua expressão marxista em Louis Althusser.
70/80: o liberalismo/democratismo de Hannah Arendt, Noberto Bobbio e Junger Habermas.
90 - ?: pós-modernos/pós-estruturalistas influenciados pela filosofia
francesa pós-1968 de Foucault, Derrida e Deleuze. Estes estão presentes
principalmente nos denominados movimentos identitários, das minorias
políticas e naqueles que se pretendem construir uma nova esquerda, uma
esquerda diferente.
A pergunta que não quer calar: quem dará a
cara à tapa com o risco de sofrer um linchamento virtual para fazer a
crítica necessária à “moda” pós-moderna?
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