11/05/2016

Um golpe dentro da ditadura do capital.


Hoje é um dia absolutamente histórico: é o dia que se conclui parte importante de um golpe branco em uma presidente no Brasil e fecha-se uma onda de desarranjos estruturais dos aparelhos constituídos do Estado burguês. E essa primeira onda de desarranjo mata a tentativa mais equivocada e passiva de um governo de esquerda, que é um governo conciliador que vende até a alma para se manter no poder (e não, não é um desvio de caráter, fruto de governantes cínicos; mas sim a única forma de participação possível de um grupo de esquerda no executivo dentro de uma democracia burguesa, uma forma de ditadura do capital, em tempos de crise econômica).

Morre a fase mais gloriosa do PT, morre o lulismo, morre um período de um governo de frente popular no Estado, mas também morre o engodo do republicanismo e da legitimidade das instituições burguesas conferidas por um contrato social que foi rasgado de maneira circense. O que virá é incerto, mas dá pra cravar que Judiciário, Executivo, Imprensa e todos os grandes aparelhos burgueses perderam de uma vez por todas o resto de credibilidade que tinham ante parte da população. E essa é uma perda definitiva e sem volta.

Para pisotear o tipo de reformismo mais frágil, a nossa burguesia, usando-se de setores médios insatisfeitos, vendeu a sua alma. E o preço a pagar será alto. Resta-nos, enquanto classe trabalhadora, nos organizarmos em partidos revolucionários para que o mais breve possível possamos a eles entregar toda a fatura de todas as misérias das quais são os grandes e únicos autores.

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